
Em http://vendoideais.blogspot.com/2011/01/pioneira-tv-itacolomi.html
Mais um grande show,
muita atração
Tem coisa nova na
televisão
Itacolomi
O seu canal 4 vai lhes
mostrar
Um novo show
espetacular
Vinheta de abertura
Pela Itacolomi
A sessão vai começar
Pra você se divertir
Tem cinema em seu lar
Vinheta da sessão de
cinema Cinema na Itacolomi
Sempre na liderança
Canal 4, Belo
Horizonte
Minas Gerais
Vinheta de intervalo
Vocês não podem perder
Um programa que já vem aí
Romance, emoção, sensação, novela
Na itacolomi
Vinheta de chamada da
programação
Olha como é bacana
Você ligar a TV
Quem tem voz está aqui
Primeira vinheta
Você vai saber pela Itacolomi
Noticias daqui, notícias de lá
Notícias de todo lugar
O canal 4 é o primeiro a dar
Vinheta do jornalismo

Belo Horizonte
à essa altura era uma cidade em processo de industrialização. A maior parte da
população não possuía condições financeiras para ter um aparelho receptor de TV
em casa. Contudo,
a fundação de uma transmissora de sinais de TV na capital funcionou como um
dispositivo facultador do progresso no Estado.

Chateaubriand
esteve em BH para fazer uma pré-estréia da TV, sem que a equipe de transmissão
estivesse preparada. O que causou um certo pânico, mas que no final deu tudo
certo. Em seu discurso, dirigido ao povo mineiro, Assis disse que a Itacolomi
nascia como a mais moderna da América Latina e ainda mencionou o fato de a
transmissão em cor estar em franca experimentação em alguns países e que seria
um acontecimento breve para o telespectador brasileiro ver transmissões com tal
característica.

Tão logo
fecharam os testes com a transmissão oriunda do Acaiaca e do caminhão de
externas, iniciou-se definitivamente a veiculação dos sinais com uma estrutura
excelente para a época: com três câmeras no estúdio e outras três para as
externas. A imagem de estréia trazia o locutor Bernardo Grimberg rompendo um
círculo de papel com o logotipo da RCA, aconteceu a benção do bispo da Igreja
Católica, as falas do presidente da república Juscelino Kubitschek, do diretor
geral da Associadas, seu diretor em Minas, Newton de Paiva Ferreira, o
engenheiro Victor Purri Neto e o banqueiro do banco da Lavoura, Cristiano
Guimarães, responsáveis respectivamente pelo financiamento e estruturação da
emissora, além da madrinha da emissora, Ana Amélia Faria.
A primeira
grade foi acompanhada através de aparelhos que foram espalhados pela cidade por
uma multidão que mais tarde se transformaria nos televizinhos e televisitas
– os filões de aparelho de televisão que ainda não podiam comprar um – e
trazia, intercalados por comerciais ao vivo apresentados por garotas-propaganda
vindas da TV Tupi de São Paulo, os programas:
20:50 – Coro
Pró-História
21:15 –
Espetáculo de dança do Ballet Minas Gerais
21:45 – Honra
ao mérito
23:10 – Minas
por Minas. Apresentando as artes de Minas.

O telejornalismo chegou após as comemorações de estréia. O noticiário precursor foi o Repórter Real, batizado com esse nome por causa do patrocinador, Real Aerovias Brasil, e recebia o material ilustrativo e informativo do jornal O Estado de Minas. O formato era tal qual o modelo usado no Rio e em São Paulo, com apresentador lendo o texto sentado à uma mesa de frente para a câmera, revezando com o aparecimento de fotos e gráficos ilustrados, enquanto não se chegava a era de inserir também filmagens dos acontecimentos nacionais. O Repórter Esso veio logo a seguir, com o apresentador Luiz Cordeiro na locução das notícias redigidas por Ramon Lago, jornalista que utilizava telegramas enviados em inglês pelas agências.
A TV expandia
sua programação, passa a durar mais tempo no ar aos domingos, a partir das 10
horas da manhã, e aumenta o número de transmissões através do caminhão de
externas, agora com o futebol revezando com missas e teatro, tendo que para
isso preencher os espaços demandados para as montagens, desmontagens e
locomoção do caminhão com programas de estúdio.
Em 1959
inaugurou-se um link de transmissão
com a Tupi do Rio de Janeiro e com isto a programação local sofreu baixa, se
mantendo apenas os programas que competiam na preferência da audiência nativa.
Assim foram parar na TV dos mineiros as telenovelas que eram produzidas naquele
centro e também alguns modismos típicos da sociedade carioca. A partir de 1960
inicia-se a concorrência em Minas com novas emissoras surgindo, focando sua
programação, com exceção da TV Alterosa, que foi concedida a jornalistas
mineiros e entregue a administração da
Associadas por causa de falta de recursos para implantá-la, naquilo que
era produzido e emitido do Rio de Janeiro e de São Paulo e o resultado foi
considerado por uns como fator de evolução da sociedade local e do interior de
Minas, e por outros, um lamento pela morte da tradição de se fazer uma TV
nativa.
Em 1961 o
tempo de duração dos intervalos comerciais foi limitado para três minutos, de
acordo com um decreto estabelecido pelo presidente Jânio Quadros.
À partir de
1965, não bastasse a concorrência da TV Belo Horizonte, que fazia com que as
emissoras se preocupassem com uma produção mais qualitativa de programas e
comerciais, o videoteipe aparece e passa a significar mais um golpe ao status
de TV de produção local que a Itacolomi desejava manter pra sempre. Uma vez
gravados com antecedência os programas feitos no eixo Rio-São Paulo podiam ser
trazidos facilmente e integrar a transmissão de suas coligadas em Minas. Cada vez mais
esses dois centros determinavam o que seria visto nos aparelhos receptores de
todo o país, conforme o escritor Inimá Simões, e o mineiro é fadado a ver seu
espaço na televisão reduzido a um tempo bem limitado aberto nas emissoras que
traziam do Eixo a programação.
Com o passar do tempo a programação de
televisão no Brasil deu lugar a programas que vinham do exterior – Estados
Unidos, Inglaterra, Itália, México – tendo nacionalmente perdido terreno as
produções nacionais. Foi a era da invasão dos enlatados estrangeiros. Em seus
primeiros anos, a Itacolomi alcançou um sucesso ainda não superado nos quisitos
inovação técnica, ousadia e qualidade artística e produziu cinco telenovelas.
São elas: Uma Consciência de Mulher, Apenas um Fantasma, Rosa Maria, Estrada do Pecado, por Janete Clair, Sinete Fatal.
Além dos já citados, outros programas locais da emissora que atingiram boa
audiência foram Universidade Popular da
Manhã, educativo jovem comandado por André de Carvalho no final da década
de 1960, Bombeiros em foco,
jornalístico apresentado por Ubaldino Guimarães, Discotape, 1978, com Dirceu Pereira. Além da Missa Dominical os católicos
acompanhavam sempre aos domingos Don Serafim em seu A Palavra
de Deus. A Tia Dulce, que faria sucesso nas manhãs da TV mineira à partir
de 1980 com o seu Clubinho da Tia Dulce na TV Alterosa, começou na TV como
garota-propaganda de um programa da Itacolomi chamado Sessão Feminina em 1955.
A TV Itacolomi,
junto a mais sete emissoras, teve seu óbito em 18 de julho de 1980, às 10h27m,
por decreto de perempção assinado no governo Figueiredo e transmitido via telex,
quando agentes do Dentel (Departamento Nacional de Telecomunicações) lacraram a
antena transmissora de cada emissora da Associadas.
O Jornal do
Brasil de 19/7/1980 fez uma matéria especial explicando como foi a baixa de
cada emissora do grupo Associadas e assim foi a nota sobre a operação em Minas:

BELO HORIZONTE: 10H27M
Belo Horizonte - A direção dos
Diários e Emissoras Associados em Minas ainda não decidiu o que fará com os 300
empregados da TV Itacolomi, que ontem não chegou a entrar no ar. Por enquanto,
nenhuma demissão foi anunciada e, ontem, em nova nota, o Sindicato dos
Jornalistas de Minas exigiu que o Governo se responsabilize pelo
reaproveitamento dos 300 demitidos.
A decisão dos
Associados sobre os funcionários só deve ser anunciada segunda-feira e, se
demitidos, os optantes pela CLT serão indenizados pela própria empresa, cabendo
ao Governo pagar aos demais. A nota do Sindicato dos Jornalistas diz que
"o Governo deve ser responsabilizado pelo destino dos empregados da TV,
promovendo o reaproveitamento de todos pela nova concessionária, ou então pelas
empresas estatais."
DESOLAÇÃO -
Ontem, após a retirada da emissora do ar, às 10h27m, quando representantes do
Dentel desligaram os dois cristais dos transmissores da Itacolomi, na Serra do
Curral, o clima entre os funcionários, que já em de completa tristeza, chegou à
desolação. A emissora não chegou a ir ao ar e foi retirada pelo Dentel quando
restavam no vídeo as cores para a programação. Apesar disto, às 12 horas,
repórteres da Itacolomi tentavam ouvir do Governador Francelino Pereira opinião
sobre a crise na empresa.
A operação de
retirada do ar e lacre nos transmissores foi executada sob ordens do diretor
do, Dentel em Minas, Coronel Fleury, e amparada por um batalhão de choque da de
PM, que se deslocou até o prédio central da emissora. Durante todo o dia, uma
guarnição da radiopatrulha permaneceu em frente ao local. O Sr Francelino
Pereira disse estar atento ao problema e lamentou a decisão, que, afirmou,
"ninguém esperava, tendo em vista seus relatórios e sua situação
financeira".
Em breve postaremos arquivo no Google Docs contendo grades da programação da Itacolomi de diversas épocas, informações adicionais e imagens.
TV Itacolomi - Uma tv para os mineiros.pdf por Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
http://tvpiratinicanal5rs.blogspot.com
http://tvitacolomi.com.br
Página do Carlos Fabiano Braga. Fotos e informações exclusivas: http://www.fabiano.pro.br
Ebook: http://www.youblisher.com/p/150221-Relatorio/